Cidadania
Milhares de pessoas participam da Caminhada em prol do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio
No último sábado (22), ocorreu a 1ª Caminhada do Meio-Dia em celebração ao Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. O evento, que faz parte da Campanha Paraná Unido no Combate ao Feminicídio, contou com a presença de participantes de mais de 70 municípios paranaenses, incluindo a capital, Curitiba.
Em honra ao Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, milhares de pessoas se uniram na 1ª Caminhada do Meio-Dia, realizada no último sábado (22) sob a coordenação da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi). A marcha integra a programação da Campanha Paraná Unido no Combate ao Feminicídio e teve a presença de mais de 70 municípios paranaenses, além de Curitiba.
Parentes, amigos, autoridades, representantes da sociedade civil organizada e líderes religiosos se uniram em memória das vítimas de feminicídio em todo o Paraná. Durante o trajeto, cartazes, balões e faixas foram exibidos, buscando conscientizar a população sobre essa importante causa.
O ponto de partida da passeata em Curitiba foi a Praça Santos Andrade, onde, ao meio-dia, sinos soaram em um minuto de silêncio em respeito às vítimas. A caminhada percorreu diversas ruas do centro da cidade, culminando na tradicional Boca Maldita.
Em solidariedade à causa da paz, Luiza Brunet, ex-modelo e ativista na luta contra a violência contra as mulheres, participou do evento vestindo branco. Emocionada, Brunet destacou a importância do movimento:
Leandre Dal Ponte, secretária de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, reiterou o compromisso do Paraná em criar recursos e políticas públicas para eliminar a violência contra a mulher e reduzir o número de óbitos por feminicídio.
O Dia Estadual de Combate ao Feminicídio foi estabelecido por lei, sancionada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior. A data de 22 de julho foi escolhida em memória da advogada Tatiane Spitzner, de Guarapuava. Tatiane foi vítima de feminicídio em 2018, quando foi jogada da sacada do apartamento onde morava por seu marido, Luiz Felipe Manvailer, que foi condenado a mais de 30 anos de prisão pelo crime.
Na caminhada em Guarapuava, familiares e amigos da advogada estiveram presentes. Cartazes, faixas e dezenas de cruzes foram exibidos em homenagem às vítimas. Bruna Spitzner, prima de Tatiane e procuradora da Mulher na Câmara de Vereadores de Guarapuava, participou do evento em nome da família e enfatizou a importância de transformar a data em uma luta.
O crime de feminicídio foi tipificado em 2015, quando o Código Penal foi alterado para incluí-lo como um crime cometido pela condição de mulher, seja no contexto de violência doméstica e familiar, seja por menosprezo ou discriminação à condição da mulher. As motivações incluem ódio, desprezo ou a ideia de que as mulheres são propriedade dos agressores. De acordo com dados do Ministério Público do Paraná (MP-PR), em 2022, foram registrados 274 casos de feminicídio ou tentativa de feminicídio no Estado. Entre 2019 e 2022, foram contabilizados 314 feminicídios e 911 homicídios dolosos contra mulheres.
Diversas autoridades estiveram presentes na caminhada, incluindo o vice-prefeito de Curitiba e secretário de Estado da Secretaria das Cidades (SECID), Eduardo Pimentel; o ex-governador de Estado, Orlando Pessuti; a Procuradora-geral do Estado (PGE), Letícia Ferreira da Silva; a Controladora-geral do Estado (CGE), Luciana Carla da Silva Azevedo; o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia (SETI), Aldo Bona; o secretário de Estado de Desenvolvimento Social e Família (SEDEF), Rogério Carboni; a Secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande; o secretário de Estado do Esporte, Helio Wirbiski; a secretária em exercício da Justiça e Cidadania (SEJU), Rúbia Rossi; o diretor-geral do Detran, Adriano Furtado; o diretor-geral da Casa Civil, Luciano Borges; a presidente da Ordem dos Advogados – Seção Paraná (OAB-PR), Marilena Winter, além de representantes da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP-PR); do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR); da Guarda Municipal de Curitiba e servidores municipais; Associação de Moradores de diversas regionais e Conselhos de Segurança; diversas lideranças religiosas e de etnias do Estado.
Fonte: AEN.